quinta-feira, 30 de março de 2017

Oficina de produção literária

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Uma produção de reescrita coletiva de Contos, produzida por alunos da escola João Franco de Godoy

Concurso Maior leitor do Navio.


Nesta sexta feira 2 de dezembro, os alunos da escola João Franco de Godoy ( Navio) foram premiados através do concurso Maior Leitor do Navio. Dois alunos de cada ano do ensino fundamental foi premiado com medalhas e livros, os dois alunos de cada classe que fizeram mais leituras e comprovaram através de apresentação oral sobre a leitura ou resposta de questionários sobre o livro, foram premiados com medalhas e livros produzidos por alunos da rede municipal, os dois de cada classe participaram de um sorteio concorrendo a um Tablete, onde a aluna Nathalia Aparecida Brandão de 9 anos foi a vencedora. Segundo Nathalia, em casa ela que comprovou a leitura de 18 livros ao longo do ano, em casa tem muito incentivo da família, "em casa tenho minha biblioteca particular, ganho livros de presente sempre, principalmente da minha tia que é professora".

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Cantinho da leitura do programa Cidadescola

Começando a criação do cantinho da leitura da sede do programa Cidadescola. Uma parceria entre o programa e o Projeto Leitura Campeã, que também fará a doação de 300 livros e um exemplar da Geladeiroteca.
Confira antes e depois, como está ficando a sala dos pequenos.A imagem pode conter: área internaA imagem pode conter: uma ou mais pessoas e shorts
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Semana de Incentivo à leitura é bem recebida nas unidades da Croeste

Reeducandos participam de diversas atividades culturais voltadas à leitura
A Semana de Incentivo à Leitura foi celebrada nas unidades prisionais da Coordenadoria da Região Oeste (Croeste) durante o mês de abril. Os reeducandos foram incentivados e entraram em contato com o universo da leitura de diferentes formas.
No Centro de Ressocialização (CR) de Presidente Prudente, a programação iniciou-se com o “Stand da Leitura”, espaço reservado na oficina interna de trabalho com vários títulos literários à disposição dos sentenciados. A unidade também recebeu Itamar Xavier, ex-detento e autor do livro “A verdade que liberta”, que relatou como a educação e a leitura são importantes para a reinserção do egresso na sociedade. Nos dias seguintes houve encenação de teatro de dedoches, leitura de textos de Monteiro Lobato e literatura de cordel. Todas as atividades foram coordenadas pela Escola Vinculadora “Vereador Pedro Tófano”. A semana encerrou-se com a premiação dos três internos que mais leram no mês.
Para a diretora geral do CR, Mirian Barrocal Tardim Collete, as atividades realizadas foram importantes, pois enfatizaram a busca de conhecimento através do prazeroso e saudável hábito de ler, além de incentivar e contribuir para o processo de ressocialização.
Já na Penitenciária Feminina de Tupi Paulista os projetos voltados à leitura foram desenvolvidos pelos educadores da rede estadual e elaborados sob a coordenação do diretor do Centro de Trabalho e Educação da unidade prisional, Altair Lopes Maciel e da coordenadora pedagógica da Escola Vinculadora, Valéria Mazzo. Para a programação da Semana de Incentivo à Leitura na unidade foram realizados alguns projetos como o “Happy Hour da leitura”, “Restaurante Literário Prato Poético”, “Chá Cultural” e “Uma viagem pelo Mundo”. Cada programa possuía uma metodologia, proporcionando leituras dinâmicas e diferenciadas.
O diretor Maciel e a coordenadora Valéria acompanharam as atividades de perto e afirmaram que momentos como estes fazem a diferença no processo de ensino e aprendizagem e tem de ser uma constante no ambiente escolar. ”A leitura é o instrumento-chave para alcançar as competências necessárias a uma vida de qualidade, produtiva e com realização”, completaram.
No CR de Araçatuba, foram apresentadas palestras e filmes literários, elaboração de frases, ensaio de cordel, frases de autoajuda, entre outras atividades que incentivaram o hábito de ler, estimulando e contribuindo para uma perspectiva de vida melhor aos reeducandos.

Assessoria de Imprensa - SAP

Sacola do Saber

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Nesta terça feira dia 28, o Projeto Leitura Campeã, em parceria com o Programa Cidadescola , entregou para os 14 professores da escola João Franco de Godoy as sacolas do saber. Cada sacola contém uma coleção de livros para ser lido por toda família, além de um exemplar do jornal do dia. Além das sacolas do saber, diversas ações de fomento à leitura são e realizadas ao longo do ano como um piquenique literário, oficinas de produção literária, contação de histórias e muito mais. A escola também possui um exemplar da Geladeiroteca, uma geladeira personalizada e recheada de livros que fica no meio o pátio.

ITAMAR XAVIER CAMARGO, 37 Ex-presidiário faz mestrado, vira professor e cria bibliotecas em SP

RESUMO Hoje com 37 anos, Itamar Xavier Camargo é professor de artes, aluno de mestrado, dá palestras e até escreveu livro. Mas sua realidade já passou bem longe do ambiente acadêmico.
Parou de estudar aos 13, se envolveu com drogas e só foi concluir o supletivo após cumprir pena por assalto. Desde 2011, comanda o projeto Leitura Campeã, que já arrecadou cerca de 20 mil livros e criou 11 bibliotecas na região de Presidente Prudente (SP).


Cresci numa favela de São Paulo. Adorava assistir TV na casa dos vizinhos, já que na minha não tinha. Outra diversão era brincar na água que descia pelos córregos nos dias de chuva, mesmo com todo o lixo e esgoto. Parecia aqueles toboáguas que achava que nunca iria ver na vida.
Tinha seis anos quando testemunhei um assassinato pela primeira vez. Estava na mercearia do bairro quando ouvi os tiros. Ensanguentado, vi o homem agonizar no chão até parar de respirar.
Meus pais eram moradores de rua –ele era alcoólatra, e ela sofria de transtornos mentais. Fui criado por um casal de tios que brigava diariamente. Além de insultá-la, ele também batia nela. Nunca presenciei nenhum tipo de afeto entre eles.
A vida infeliz que minha tia levava fazia com que me tratasse com impaciência e intolerância. A forma como somos criados tem influência sobre o adulto que nos tornamos, mas as escolhas que me levaram pelo caminho que tomei sempre foram minhas.
Na casa deles tinha o que comer e foi lá que aprendi a tomar banho todos os dias. Mas o convívio com meus tios foi piorando. Fui crescendo enquanto eles perdiam o controle sobre mim. Aos 13 anos, fui morar com a minha avó.
Consegui um emprego como office boy, mas não me sentia motivado. Logo depois, conheci uns rapazes que me perguntaram se eu já tinha usado droga. Menti que sim, para ser aceito. Queria pertencer a um grupo.
Conheci traficantes e fui me afastando do convívio social. Passava dias sem dormir, usava todo o tipo de droga e já quase não via minha avó. Comecei a precisar vender o que tinha para sustentar meu vício. Me desfiz de sapatos, roupas e, quando não tinha mais nada, passei a roubar.
Detido pela primeira vez aos 16 anos, fui para a Febem [atual Fundação Casa]. Dormíamos amontoados, com os pés na cabeça do outro.
Lá dentro, só enxergávamos o dinheiro que traficantes e criminosos ganhavam e tudo mais que não parecia ser possível de conseguir com trabalho honesto. Mas, nos períodos de ócio, comecei a tomar certo gosto pela leitura. Foi quando conheci um professor de artes que me incentivou a aprender algumas técnicas de pintura.
Um dia, durante uma rebelião, fugi. Me senti como um herói. As mulheres pareciam se atirar em meus braços. Para quem está na periferia, é bacana ser criminoso.
Do lado de fora do muro, deixei os livros e voltei para o crime. Tentei assaltar um casal e fui baleado pelo homem, que era policial. Mesmo ensanguentado, consegui fugir e me esconder.
Quando me recuperei, senti olhares de admiração me cercando, o que satisfazia a carência que sentia. Era conhecido, e a polícia queria me pegar de qualquer jeito. Aos 22 anos, fui preso por assalto a mão armada e formação de quadrilha. Cumpri a minha pena no interior de SP.
Estar preso é como viver um dia interminável. Tiram sua liberdade, e você fica dias sem aprender nada. É um pesadelo, no qual sair em liberdade é como acordar.
E quando a gente sai, tem a sensação de que tudo ainda está como quando deixamos. Acompanhando a crise dos presídios, vejo que a situação dos encarcerados não é nada muito diferente do que eu vivi. Muitos não sabem nem ler e saem sem nenhuma formação ou perspectiva de vida.
Vi morte, vi brigas, apanhei, conheci os maiores integrantes de facções criminosas. Dormi sem roupa no chão das celas, sem colchão. Mas foi na prisão que virei um rato de biblioteca. Cumpri minha pena, em torno de cinco anos, e fui solto em Presidente Prudente, onde vivo até hoje.
Em liberdade, fiz um supletivo e logo depois ganhei uma bolsa de estudos para cursar pedagogia. Decidi que queria mudar. Recentemente, revi amigos de 20 anos atrás que não saíram do lugar. Acho que as pessoas precisam mudar diariamente. Precisam viver um processo de transformação diário. A todo momento, precisamos ser alguém novo.
Passei dias da minha vida preso, baleado em uma cama de hospital ou usando droga. Hoje curso mestrado em educação e sou professor.
Além de ministrar palestras para egressos do sistema penitenciário, suas famílias, e estudantes de ensino médio e superior, toco projetos de incentivo a leitura arrecadando livros para escolas e comunidades –desde 2011, já foram mais de 20 mil.
Não me reergui da noite para o dia. Esse processo deveria começar no período de detenção, mas lá o único interesse é punir e parece que tudo é feito para dar errado. Mesmo assim, superei as adversidades e mudei de vida para transformar outras.